Pólipo endometrial: o que é preciso saber

Pólipo endometrial é uma projeção da mucosa do endométrio. Pode ser de base larga ou pediculado, único ou acompanhado de outros, e de tamanhos variados. Podem estar presentes em até um terço das mulheres, a depender da população estudada, mas sabe-se que são raros na adolescência e mais frequentes após os 45 anos.

De causa pouco conhecida, o pólipo endometrial pode ser consequência da produção excessiva do hormônio estrogênio ou do uso de medicamentos hormonais. Têm como sintoma mais importante o sangramento anormal e, nesses casos, devem ser cuidadosamente investigados.

Existem fatores de risco para transformação maligna do pólipo endometrial, tais como obesidade, diabetes, hipertensão e uso da tamoxifeno, mas a ocorrência estimada de malignidade não costuma ultrapassar 3% dos casos na literatura científica. Existe, ainda, uma potencial relação do pólipo endometrial com a infertilidade, motivo pelo qual se recomenda sua remoção em boa parte das mulheres com dificuldade para engravidar.

O pólipo endometrial também pode ser assintomático e regredir espontaneamente em até 30% dos casos, principalmente quando únicos e menores de 1 cm. Sem dúvida a ultrassonografia transvaginal auxiliará no diagnóstico e no acompanhamento (na fotografia abaixo e à esquerda, o pólipo endometrial está identificado pela imagem típica do vaso sanguíneo que o alimenta).

Quando indicado tratamento cirúrgico, a histeroscopia (na fotografia abaixo e à direita, o pólipo endometrial está representado pela letra “P”) é o método de escolha e pode ser realizada até mesmo em ambiente ambulatorial para pólipos pequenos. O tratamento dos pólipos endometriais maiores, contudo, requer internação hospitalar e abordagem em centro cirúrgico, com a devida anestesia.

A seguir, transcrevo resumidamente as recomendações da Associação Americana de Laparoscopistas em Ginecologia – AAGL para tratamento do pólipo endometrial:

  • Abordagem conservadora pode ser realizada para pólipos pequenos (< 1 cm) e assintomáticos;
  • Não existe tratamento efetivo com medicamentos;
  • A histeroscopia é a técnica recomendada para remoção;
  • Na menopausa, recomenda-se a remoção dos pólipos sintomáticos para estudo histológico (biopsia);
  • Para mulheres com infertilidade, em geral, recomenda-se a remoção, para melhorar as chances de concepção natural, ou antes de tratamento, seja por inseminação intrauterina, seja por fertilização in vitro.

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